segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Lágrimas...


Com olhos avermelhados e encharcados, a lágrima escorre a face e com ela um pedaço de suas sensações e emoções brotam de forma linear para presente.
Seja pelo amor perdido ou pelo primeiro beijo roubado, pela perda inevitável ou pelo nascimento abençoado, seja pelo coração partido com um amor platônico ou a viagem dos sonhos em Paris.
A casa nova ou a perda do emprego, sensações únicas que fazem nossa história mais triste e muitas vezes a mais feliz do mundo e as lágrimas escorrem.
Muita vezes nem sabemos o porquê, mas sentimos ela com aperto no coração e tentamos entender o que acontece para que seja possível ela parar ou às vezes eternizar aquela que escorre pela face em meio a uma fotografia para recordar o resto da vida.
Nos trás alegria, tristeza, conforto em um abraço e ódio nas atitudes, ela descontrola nossas percepções e ações, nos faz acreditar e nos desabilita da fé em alguns momentos, a única coisa que se sabe ao certa que ela é uma companhia constante ao longo da jornada.
Nos tranqüilizamos e reencontramos a serenidade quando ela se vai, mas não tarda para ela voltar para fás ou para nefas e fazer de nossa rotina algo novo para lembrar pela eternidade voraz.
Ela denota um desespero antiquado ou um respaldo alegre sobre a mesmice ou tolice da vida, nos coloca no pódio dos fracassados e no hall dos vitoriosos enquanto demonstra sua afeição a solidão ou a multidão.
A lágrima que não é sua, mas que em solidariedade ao amigo escorre com a mesma facilidade e tristeza da situação, sempre bem acompanhada de um abraço ou apenas um olhar de conforto e suavidade.
Serena lágrimas que descem a face pelo amor vivo que não encontra guarida, sentindo o calor dela e entendendo a dor e mazela que trás em seu ar cristalino e sobejo da despedida não pedida.
No decorrer ou melhor no ecoar da lágrima nos sentimos poetas livres para expressar perante a todos o latente e presente frescor da situação.
E assim como cada momento é único e não pode mais ser vivido, cadê lágrima tem sua forma e jamais volta para pálpebras e com ela escorrendo pela face sua história não será mesma, porém você nunca mais vai sentir aquela lágrima como naquele momento.

Rodrigo Bertolazzi
31/08/2009

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