quinta-feira, 23 de julho de 2009

Lagoinha do Leste



Era uma quarta feira, não me recordo o dia exato, somente que o mês era outubro e o ano de 2008, dois desempregados em casa, sem muito o que fazer e muita criatividade a exercer.
Vá, o que a gente poderia fazer hoje? Não agüento mais ficar em casa e você?
Eu também Ro, to entediada, vamos a lagoinha do leste fazer a trilha então hahahaha!
Ok vamos sim!
Como assim Ro, eu tava brincando, ta frio hoje e são duas horas e meia de caminhada para ir e duas horas e meia para voltar.
Sim, e daí? Menos cinco horas que a gente fica aqui sem fazer nada ué!
Então tah vamos...
Assim começa nossa manhã de quarta e finalmente chegamos a uma solução do que fazer para matar aquele que estava nos matando.
Como nos vamos daqui, até o começo da trilha?
Pega o carro do seu irmão!
Não, carro não a gente vai fazer uma caminha, não podemos ir de carro fazer caminhada.
Ok vamos de bike então.
Ok, decidido, vamos de bike deixamos a bike lá na casa da Joana que do lado da praia onde começa a trilha.
Ixi Vá, e agora? Meu pneu está furado! O que eu faço?
Vamos encher ele ué! Kd a bomba.
Explodiu Vá! Nos nunca tivemos a bombinha de encher pneu a gente sempre pega emprestado, vamos pedir a alguém.
Eh ninguém ta ai hoje, vamos ter que ir só com uma bike.
Faz assim Vá, eu vou caminhando e você vai de bike, tranqüilo eu estou acostumado a andar (jura néh, só eu para pensar isso!).
Ta bom então vamos! Ah vamos levar umas frutas e água para beber no caminho.
Iniciamos nossa longa jornada as 10h24m para fazer a trilha da lagoinha do leste, lugar paradisíaco e encantador no sul da ilha de Florianópolis.
Vá você não acha que vai chover?
Sim eu acho, mas eu trouxe capa de chuva.
Como assim Vá? Capa de chuva? Pra quê?
É só para prevenir... Vamos logo antes que começa a chover.
Viramos a esquina de casa e já começou a chover.
É agora? Continuamos.
Sim logo passa e abre sol novamente.
Ok então.
Andamos... andamos... andamos do campeche local onde residíamos até o matadeiro, praia de surfistas lá no sul da ilha que da entrada ao inicio da trilha da logoinha.
Chegamos já encharcados pois a chuva não passou, eu a pé e Vanessa de bicicleta, menos cansada, mas bem arrependida de ter iniciado essa jornada.
Ok, vamos passar na Joana e deixar a bike lá pra gente poder fazer a trilha (deixamos a bike na casa de nossa amiga, que por sinal não estava em casa!)
Iniciamos a trilha sobre uma leve chuva e um frio considerável. Embora com nossas capas de chuvas e blusas era de se pensar duas vezes antes de começar com tudo aquilo, mas como sempre um não quer dar o braço a torcer para o outro e continuamos mesmo assim.
Naquele sobe e desce das montanhas, um vento forte batendo em nosso corpo e dando a total impressão de que éramos pássaros livres em meio a mata! Seria romântico, mas é mentira, um frio do caralho me fazia pensar em voltar de dois em dois segundos!
Mas como eu aceitei o desafio, então bola pra frente.
Vá ta chegando? Não! É agora? Também não! E agora? (ao estilo mágico do burrinho do Sherek!) Não Rodrigo, não Rodrigo!!! Falta um monte. Neste instante resolvi me calar, pois suas alterações poderiam me jogar penhasco abaixo para que eu chegasse mais rápido.
Em meio aos espinhos, poça de água, lama, esforço árduo do sobe e desce da montanha, demoramos um pouco mais de duas horas e meia, pois a chuva atrapalhou nosso desempenho na trilha e demoramos uma pouco mais de três horas para chegar ao destino, ah antes que eu me esqueça nos levamos um susto no meio do caminho com um pássaro que saiu sorrateiro em meia a mata batendo as assas de forma aparecer um bicho enorme no meio do mato.
Descemos o penhasco, escorreguei em meio a uma corrente de água por causa da forte chuva (esta hora já era um temporal com relâmpagos gigantesco que caia sobre nós!), tentei me segurar para não ir ladeira abaixo, ainda mais agora que acabara de perder 12 kg e estava bem mais leve seria fácil a chuva em levar.
Para a minha surpresa ao agarrar uma planta para que meu tombo fosse atenuado, era uma planta cheia de espinhos, não aqueles pequenos que dão uma leve raspão na sua pele, mas sim aqueles gigantescos que destroem toda a maciez e suavidade que você demorou anos e anos com cremes e cuidados dermatológicos para deixar a sua mão impecável, pois é, isso me aconteceu, fiquei com a mão toda esfolada, cheia de espinhos encravados e a bunda roxa, pois cai na pedra.
Mas tudo bem! Isso é balela. Chegamos ao nosso destino, morrendo de fome e com muito frio e para nossa surpresa maior ainda, dois outros doidos estavam acampados lá em meio a temporal, por um instante não me achei tão anormal. Comemos e saciamos nossa fome.
Bom e agora, vamos nadar um pouco pra relaxar os músculos né Vá!
Ok, vamos.
Ui, mas ta fria a água, então não vamos mais! Rs.
Então o que fazemos? Vamos voltar já?
É o jeito, não da para ficar aqui nesse frio.
Ok, levantamos acampamento e voltamos depois de meia hora que paramos para descansar.
Uma luta, cada passo parecia um quilometro, nos colocamos mudo em meio a caminhada de volta para que fosse possível economizar as energias para chegar em casa. E sobe montanha e desce montanha e a chuva aumentando, as correntes de água por causa da chuva pareciam rios e mais rios que brotavam daquela montanha gigantesca.
Finalmente chegamos a praia do matadeiro e faltava pouco para chegar a casa da Joana e pegar a bike! Chegamos lá e para nossa sorte ela ainda não estava em casa, entramos no quintal e pegamos nossa bike para poder retornar ao nosso quanto.
Iniciamos a jornada de volta eu a pé e Vá de bike. Injusto diga-se de passagem já que a Vá já tinha desfrutado do conforto na ida e certo seria eu ir de bike na volta, mas sexo frágil a gente não discute acata!
Como ela viu a minha dificuldade em caminhar pelo cansaço físico então me ofereceu humildemente carona na bike dela.
Eu disse, não Vá, to muito cansado e se eu parar de andar agora não volto tão cedo a exercer uma atividade física!
Não Ro vem aqui, que é mais fácil eu levo um pouco e você leva um pouco, que tal?
Não Vá! Sim Ro! Não Vá! Sim Ro! Ta bom Vá... então vamos!
Subi na bike. Todos apostos! Sim! Então vamos...
Na primeira pedalada, em câmera lenta que nem aquelas pagadinhas do faustão rotineiras de todo domingo, fomos caindo, descendo e olhando um para cara do outro, eu cai de bunda no chão novamente, aumentando ainda mais minha dor, a Vá caiu de lado.
Eu com ar de bravo, mas sem mais forças para brigar olhei para cara dela e disse: Vá, vocês nos derrubou!
Enquanto isso um carro que passava pelas proximidades do local, passou sobre uma poça de água que derramou-se inteira sobre nos estendidos no chão, no meio do mato no acostamento da rodovia que liga o centro de Florianópolis ao sul da ilha.
Olhamos uma para o outro desistimos da idéia de ir os dois em uma bicicleta e caímos na gargalhada, pois não há mais nada o que fazer.
Continuamos a nossa jornada até em casa, passamos no mercado como dois pedintes de semáforo tamanho era o barro, sujeira e cara de esfomeados e acabados para comprar nosso desjejum da tarde.
Saímos do mercado e todos olhavam pra gente e nos só querendo chegar logo em casa, tomar um banho quente e descansar até o dia raiar.
Virando a esquina de nossa rua nos nem acreditávamos, não pelo fato de estar chegando em casa as 18h07m, mas pelo fato que depois de um dia de tempestade e frio, o tempo abrirá as 18h06m com direito a sol e tudo mais, a chuva dava uma trégua e nos que saímos de casa embaixo de chuva, no exato momento em que chegamos fomos recepcionados com um belo sol e calor.
Rimos da situação e agradecemos ter chego em casa depois de tanto tempo de caminhada e trilha, se me arrependi? Nunca! Algo que valeu a pena! Mais uma das diversas histórias que eu e a Vanessa passamos.
Hoje a Vá esta na América Latina fazendo uma viagem de muchilão, pedindo carona e conhecendo país em país, tirando fotos incríveis e tendo uma experiência fantástica que vai levar para resto da vida.
Eu voltei a sampa e quero me especializar na minha carreira profissional, mas estou pendendo a ir me juntar a ela nessa aventura....
Oh meu deus o que fazer?????

2 comentários:

  1. kkkkkkk!!!!!! Se junta a ela mas não vai de bicicleta.....

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  2. Oi Rô!!
    Ki lindo menino!!!! Lindo o lugar, sua descontração...td muito lindo e perfeito!!!
    Tem momentos na vida, qm que devemos agir assim, na hora, no lugar e no momento ideal!!
    Adorei amigo....lindas fotos!!!
    Beijãooooo

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