
O amor nos causa estranheza, assim como brota no singelo e doce olhar, se desfaz ao primeiro abrir dos olhos no amanhecer, com a mesma melodia que começou e é justamente aquela que esta fadada a terminar, os mesmos lábios que desejastes, agora tem o gosto azedo e frio.
O mesmo toque tímido e enlouquecido do primeiro contato, agora é a relutância e mal afago de um mundo onírico e distante, os calafrios não são de desejo, mas sim de ódio ou tortura.
A mesma mão macia e suave que por diversas vezes lhe permeavam a mente com sua textura única, só serve para lhe apontar o dedo e cobrar o que não existe mais.
E as palavras? Doces e de veneração, dão lugar a discrepante e fugaz forma agressiva sobre incômodos e coisas passadas, ou inexistentes.
O aconchego dos braços e abraços colocam dois mudos em uma mesma sala, sem troca de olhares, divididos sobre o fantasma do que eram, com o que são agora e ainda incertezas e medos sobre o que vão ser no futuro.
As gargalhadas de momentos simples e únicos, agora são de deboche cruzado! As circunstâncias não são as mesmas, suas reações também não, a indiferença toma conta e a rotina sempre vai ser a maior vilã, como se fosse a única culpada, a amante do fracasso!
As besteirinhas engraçadas do começo, agora insuportáveis e determinantes, para alguns é só esperar o fatídico dia do julgamento final, para livrar-se ou melhor se sentir livre de obrigações inexistentes.
O amor acaba assim como a vida, e assim como ela, ele renova-se, seja em uma amizade, em um filho ou filha, seja com seus netos ou com novo amor! Pode acreditar que assim como ele morreu, um dia vai nascer e tudo começa outra vez!